Wednesday, January 28, 2004

Momentos

É dificil aceitar a viagem para a morte. Principalmente quando essa viagem é feita, deixando para trás sonhos por concretizar.
É revoltante...a fragilidade da vida humana!A impotência do Homem. Muitos buscam o poder, ter o mundo na palma da mão...no entanto não temos nada...
O que realmente faz o mundo andar são as relações humanas, sem hipocrisias. O que deixamos quando partimos são recordações. Os que ficam não se lembram de nós pelo que tinhamos, mas pelo que fizémos, pelas nossas acções e pelo carinho que espalhámos.
Ainda custa acreditar nas imagens que se viram em directo, neste fim de semana. Como é que alguém, que momentos antes sorria, pode cair fatalmente? Não é só o mundo do desporto, o Benfica ou a Hungria que estão de luto. Esta é uma morte que toca qualquer mortal...
É triste que sejam precisos acontecimentos deste género para se esquecerem rivalidades, e se unirem forças...não devia ser assim no dia-a-dia? De qualquer maneira, foi bonito ver a massa humana que se juntou no estádio do benfica para dizer um último adeus ao futebolista húngaro. Uma massa humana, que se esqueceu das diferenças...porque afinal somos todos iguais...humanos, com sentimentos, mortais...


Não sei o que me impeliu a escrever isto...talvez o ter ficado tão impressionada com a queda de alguém tão novo como eu. Senti a necessidade de deixar registada uma homenagem não só ao 29 do benfica, Fehér...como a todos aqueles que "partiram cedo demais"...

Monday, January 26, 2004

Não sei se te vou voltar a ver.
Em meu pensamento, em sonhos...todos os dias. Até que o tempo apague ou deixe esmorecer a tua imagem. Mas já deixas-te a tua marca cravada. Uma tatuagem que não se vê, apesar de aqui estar bem definida.
Já passaram mais de 24horas que o teu olhar não se cruza com o meu. No lugar desse movimento que preenchia algo dentro de mim, agora habita um vazio inexplicável. Uma sensação de perca...não sei bem de quê, pois a ti não te posso ter perdido, já que nunca te tive.
De esperança não é...talvez um dia te encontre na televisão, num jornal ou rádio. Ou veja o teu nome escrito por baixo da realização de um filme ou de uma banda desenhada.
Não perdi o sonho. Insistes em aparecer todas as noites...ou mesmo todos os segundos.
Talvez tenha perdido a magia de manhãs e tardes de encontros furtivos, desencontros, olhares...sentir o coração bater mais forte, tão forte que tinha medo que o ouvisses, frio e calor. Impossível controlar o corpo, que treme, ao mesmo tempo que tem vontade de se encontrar com o teu.
Dizem que é paixão. A mim parece-me mais platónico, esse tipo de sentimento que julgava perder-se aos 16.
Seja o que for...espero encontrar-te um dia...quando menos esperar...

Sunday, January 25, 2004

Tão perto, tão longe

Por aqui fico
No teu olhar perco a força
Sem resistir e sem mudar
Por aqui fico
O tempo pára mas logo foge
Estás tão perto e tão longe
Se me visses...
...um gesto não chega

Não me vês, não me ouves
Se ao menos sonhasses...

Por aqui fico
Na tristeza caminho só
Sem pensar no que aprendi
Por aqui fico...
O tempo pára mas logo foge
Estás tão perto e tão longe
Se me ouvisses...
...um grito não chega!

Não me vês, não me ouves
Se ao menos sonhasses...

Hands on Approach , Blown
Como sou um bocado naba com estas novas tecnologias, não sei inserir comentários. Por isso se alguém quiser fazer críticas, sugestões ou simplesmente opinar pode escrever para sombrasdarealidade@hotmail.com...inteactividade e feedback acima de tudo(para os amiguinhos de comunicação social)! ;)

Thursday, January 22, 2004

Vermelho,
morte, crime, o sangue derramado depois de um homícidio;
muito quente, raiva contida, que inrompe como a lava de um vulcão.
Inferno.
Timidez e nervosismo quando vês quem tanto te atrai,
o coração bate desenfreadamente,
paixão, calor, sedução:
pétalas de rosa espalhadas numa banheira cheia da água, rodeada de chamas...e vapor.
STOP!
Ou simplesmente mais uma cor, como outra qualquer;
a cor de um bar, de um clube...ou simplesmente de um casaco.

Wednesday, January 21, 2004

Stellar

Meet me in outer space
We could spend the night,
watch the earth come up.
I've grown tired of that place;
won't you come with me?
We could start again.

How do you do it?
Make me feel like I do.
How do you do it?
It's better than I ever knew.

Meet me in outerspace.
I will hold you close, if you're afraid of heights.
I need you to see this place, it might be the only way
That I can show you how
it feels to be inside of you.

You are stellar, you are stellar.

Incubus, Make Yourself

Saturday, January 17, 2004

Escrevo porque me faz sentir mais perto de ti, apesar de saber que não vais ler estas palvras.
É como se largasse as palavras ao vento, e ele as levasse até ti. Era giro que ao sentires o toque da brisa no teu rosto, encontrasses uma das frases que escrevo, não para ti, mas inspiradas em ti. Talvez assim ficasses a saber que quando olho para ti vejo paz, calma, serenidade, transparência. Uma expressão de criança, que desperta carinho, e ao mesmo tempo uma presença de homem, que desperta interesse e desejo.
No traço daquilo que desenhas encontro sonhos, personagens de um conto ou de uma banda desenhada, fadas e principes do século XXI.
Esse mundo que trazes dentro de ti fascina-me e faz crescer a curiosidade, a vontade de entreabir a porta desse espaço, para o poder ver um pouco mais de perto...
...vou parar por aqui! Se calhar não irias querer que eu abrisse essa porta...
Se fores a andar na rua e encontrares estas palvras escritas no vento, tenta guardá-las...porque, afinal, foi para ti que as escrevi.

Sunday, January 11, 2004

As portas abrem-se depois de trinta anos

“From Los Angeles, California...The Doors”. Estão abertas as portas para uma noite de puro rock.
São 19h30. No espaço que circunda o Pavilhão Atlântico, apenas umas dezenas de pessoas esperam que as portas do recinto se abram, para poderem ver (ou rever) a mítica banda que fez furor nos anos 60/70. As portas do Pavilhão Atlântico abrem-se por volta das 20h. Finalmente, já dentro do recinto o entusiasmo cresce e a vontade de ouvir temas como “Roadhouse Blues” ou “Light my Fire” é cada vez mais intensa. Mas o tempo de espera ainda ia ser longo.
No recinto não estão mais de 50 pessoas. Há uma mistura de gerações, mas a maioria são jovens, inquietos para ouvir uma banda que julgavam perdida. No ar sente-se um ligeiro cheiro a erva, como nos anos do amor livre. Copos de cerveja passam de mão em mão. Estão unidos os ingredientes precisos para a “festa”. Ouvem-se frases soltas como “isto é um sonho”, “nunca pensei poder ver um concerto de The Doors ao vivo”, “será que vão tocar The End”. Ao mesmo tempo pairavam dúvidas e desconfiança. Após 30 anos longe dos palcos, o teclista Ray Manzarek e o guitarrista Robbie Krieger quiseram recuperar um dos mais importantes projectos da música dado como morto em 1972, depois da morte do vocalista e autor das letras dos Doors. Jim Morrison é uma figura mítica, “the american poet”. Será que The Doors, sem a sua voz, irreverência em palco, extravagância e psicadelismo têm futuro? A reposta vem mais à frente.
As luzes apagam-se. Por volta das dez da noite o Pavilhão está preenchido por milhares de pessoas. A primeira figura a entrar em palco é Jim Morrison. Ao som dos acordes de “Carmina Burana” a sua imagem é transmitida numa tela ao fundo do palco. A plateia sente um arrepio na espinha, um misto de alegria e tristeza, uma sensação estranha, como se o espírtito de Jim Morrison encarnasse em cada um dos presentes. Alguém da plateia ergue uma imagem de corpo inteiro de Jim Morrison.
“Ladies and gentlemen, from Los Angeles, California, The Doors”. A partir daqui a imagem de Jim Morrison passou para a dimensão sonora, prolongada por duas horas bem ritmadas. “Roadhouse Blues” vem abrir o alinhamento da noite. As dúvidas do público dissipam-se. Há uma entrega total ao som da guitarra de Krieger. Manzarek domina as teclas como se ainda tivesse vinte anos. Ian Astbury, dos Cult, entra deixando todos de “boca aberta”. As parecenças com Jim Morrison impressionam, e incomodam. O timbre de voz, o cabelo encaracolado, a silhueta, os gestos, as danças em palco. Tudo relembra Morrison. Ian está à vontade no papel e no reportório que canta dando-lhe toques pessoais, mas sem corromper o espírito das canções, que para uns representam liberdade, para outros rebeldia, símbolos do tempo em que foram escritas.
Para além de êxitos como “Break on Through”, “Alabama Song” ou “Riders on the Storm”, soaram os temas do álbum “LA Woman”. Álbum que já não conseguiram apresentar na década de 70, devido à morte de Jim. Houve ainda uma versão especial de “Spanish Caravan”, tema que foi introduzido com uma guitarra clássica. Um pequeno senão interrompeu os acordes da guitarra clássica, uma corda partiu-se. Mas Krieger, já com outra guitarra, continuou invencível. Pelo meio surgiram temas mais acústicos, como “People are Strange” e “The Cristal Ship”, temas que Ian Astbury canta sentado num banco, tal como num “MTV Unplugged”.
O público está entusiasmado e não se mostra desiludido. Berra em coro as letras das canções e responde a todos os apelos de Ian. Da plateia ouve-se “Go Ian!”. Este cenário é acompanhado por projecções de imagens psicadélicas e caleidoscópicas que “flutuam” no ecrã atrás do palco. Por todo o lado vêm-se câmaras digitais ou telefones com máquina fotográfica integrada no ar, a tentar captar as melhores imagens e os melhores momemtos da noite.
Apesar de serem acusados por John Densmore, ex-baterista da banda, de estarem a aproveitar-se das letras de Jim para arrecadarem os lucros desta nova tournée, Manzarek e Krieger estão visivelmente contentes por tocarem novamente as músicas que criaram há trinta anos. E fazem-no com a energia e qualidade dos anos 60.
A banda sai do palco.
Na plateia e nas bancadas grita-se, aplaude-se, implora-se mais uma vinda ao palco. As palmas soam ritmadas, ao mesmo tempo que ecoam as palavras: “Portugal, Portugal, Portugal!” e “Doors, Doors”. O pedido é satisfeito. The Doors sobem novamente ao palco, e o público mantem a mesma energia que tinha quando entrou no recinto, há cerca de duas horas atrás. Ouvem-se as teclas de Manzarek. O pavilhão entra em apoteose. Chega o tema mais aguardado da noite, “Light my Fire”. E o público incendiou-se.
Todos estão satisfeitos. A maioria pensava que não seria possível assistirem a um concerto de The Doors. Viviam das imagens do passado, ao mesmo tempo que ouviam os acordes dos temas nas aperelhagens de suas casas. Esta noite veio quebrar esse mito. Ian Astbury não é um simples substituto da voz de Jim Morrison. Por ele pode passar o eventual futuro dos Doors em cima de palcos. A aprovação do público pareceu ser total. Por isso, aguardamos o seu regresso a Portugal. E se não for pedir de mais, em dose dupla, como aconteceu nos dias seis e sete de Dezembro.

Desconhecido
Não entendo como se pode sentir empatia por um desconhecido. Alguém que, apesar de veres constantemente, quase todos os dias, na faculdade ou no autocarro, não conheces. E se um dia não o encontras, parece que falta algo no teu dia.
Algumas noites até podes esbarrar com ele em teus sonhos, ou encontrá-lo naqueles minutos em que a tua imaginação viaja por outros mundos, que não o real.
No trânsito, parada no meio de tanta gente alheada, stressada, desesperada, ouves uma música, olhas no vago, e quando dás por ti já estás embrenhada no olhar daquele que por algum motivo te chamou a atenção. Ou pelo brilho, ou por uma atitude, por uma imagem, um desenho, ou algo que transcende qualquer explicação racional. Não estou a falar de desejo ou atracção. É uma vontade de conhecer, mas ao mesmo tempo o medo de quebrar algo mágico. É um confronto de sentimentos. Mas ao mesmo tempo é uma paz interior, trazida pelo brilho de um olhar, ou um toque de passagem.
Fica sobretudo a esperança de não deixar fugir o contacto com esse desconhecido, que te transmite alguma energia positiva. Não tens o dever de lhe dar nada, mas tens vontade de lhe dar muito, sem esperar nada em troca...nada mais para além de um olhar e um sorriso...

Thursday, January 08, 2004

WALKING ON A BETTER DAY

As you went out tonight,
You seemed to be alright,
You're so mysterious,
your eyes so serious…
You're walking on a better day.

You've never crossed the line,
Of our dimension of time,
You've tried to feel the truth…

With your old point of view,
I know it's hard for you,
I've tried to do it to…
You're walking on a better day.

And if I ever put myself on stage
I'll never see your love again…
Don't deny me now, don't deny me now, and don't deny my love for you
I'm waiting for one more signal

And if I ever freeze your chest with fear
I'll never touch your heart again,
You'll deny it now, you'll deny it now,
but I know it's true for shore,
I'm searching for someone to laugh with.


Blasted Mechanism

Wednesday, January 07, 2004

Hoje estava a falar com uma amiga num sitio tão comum como o bar da faculdade. A dada altura começámos a falar de algo tão pouco comum numa cidade que não pára, num meio em que não paramos um pouco para pensar.De um lado está a faculdade, os testes, os trabalhos...o egoísmo. Cada um luta por si, esquecendo-se dos outros, daqueles que o rodeiam.Afinal, são estas pessoas com quem lidamos todos os dias que são a razão de existirmos.É com elas que passamos a maior parte do nosso tempo, e por vezes esquecemos de as valorizar como elas merecem, ou quando pensamos fazê-lo, logo nos esquecemos, achando que não vale a pena.
Porque é que tantas vezes se ouvem criticas negativas, o famoso "corte na casaca" em vez de palvras de apreço e admiração? Será que não vemos nada de bom em quem nos rodeia? Não acredito...
Por vezes tenho dificuldade de mostrar o que sinto...acho que a nossa sociedade, ou a nossa geração ridiculariza um pouco alguns sentimentos, apelidados de "pieguice". Talvez sejam mesmo pieguices, mas no fundo todos nós temos as nossas pieguices.É importante, não só para nós, como também para os outros dizer "gosto muito de ti","fizeste isto bem" ou "essa camisola fica-te bem"...palavras sinceras que muitas vezes consideramos inúteis e dispensáveis.
Obrigada Naty, por estas conversas mais espirituais, que tornam a vida mais leve, e o sonho mais real...