Hoje tive que ir a uma consulta da medicina do trabalho (é por estas e por outras que começamos a ver que não há mesmo volta a dar ao triste fado de já andarmos na vida activa... quererem saber se estamos aptos a desempenhar funções de responsabilidade).
Estava com medo que diagnosticassem a minha demencia mental...mas até me safei bem, consegui disfarçar e comportar-me como uma mulher adulta e consciente dos seus actos. Foi fácil... só tive que responder às perguntas que me eram colocadas, e controlar-me para não me rir sem razão aparente, ou andar aos berros ao mesmo tempo que me agarro aos candeeiros do tecto... acho que me ajudou o facto de ter ido de autocarro... já não andava há anos nesses belos exemplares da carris. E que belos exemplares esses belos exemplares transportam. Bem tentei ir no meu mundinho, com os phones enfiados nos ouvidos... mas é impossível passar ao lado de tanto movimento à minha volta. Primeiro são as congregações de idosos, que apesar de não se conhecerem de lado nenhum, começam a falar das suas doenças, das dores nas cruzes, a entre-ajuda para que nenhum caia quando o autocarro faz curvas ou travagens, os comentários aos percursos dos autocarros (e eles sabem minuciosamente para onde vai o 53...o 746..o 16...). Depois aparece um maluquinho, vesgo e desdentado a dar passou-bens a toda a gente que encontra pela frente, ao mesmo tempo que deseja um optimo dia a todos, saúde e felicidades. As meninas são presenteadas com poemas, e eu presenteada fui por um poema e uma palmadinha na cara (assim ao jeito de padre...). Por fim, no meio de tanta animação, ainda há o que se passa lá fora... o transito caótico por causa da chuva, a senhora que fica com o chapeu de chuva virado do avesso e leva com água atirada por uma roda de um carro, a frase escrita numa parede branca O ar condicionado mata as pessoas! Merda.
Por fim lá cheguei ao meu destino, saí daquele circo... para entrar noutro. A busca da rua certa... apenas digo que andei uns bons 20 minutos às voltas, à chuva... fui dar uma volta desnecessário porque estava mesmo em frente à rua quando desci do autocarro... mas não, decidi ir fazer turismo...