Thursday, October 19, 2006

Andei de autocarro

Hoje tive que ir a uma consulta da medicina do trabalho (é por estas e por outras que começamos a ver que não há mesmo volta a dar ao triste fado de já andarmos na vida activa... quererem saber se estamos aptos a desempenhar funções de responsabilidade).
Estava com medo que diagnosticassem a minha demencia mental...mas até me safei bem, consegui disfarçar e comportar-me como uma mulher adulta e consciente dos seus actos. Foi fácil... só tive que responder às perguntas que me eram colocadas, e controlar-me para não me rir sem razão aparente, ou andar aos berros ao mesmo tempo que me agarro aos candeeiros do tecto... acho que me ajudou o facto de ter ido de autocarro... já não andava há anos nesses belos exemplares da carris. E que belos exemplares esses belos exemplares transportam. Bem tentei ir no meu mundinho, com os phones enfiados nos ouvidos... mas é impossível passar ao lado de tanto movimento à minha volta. Primeiro são as congregações de idosos, que apesar de não se conhecerem de lado nenhum, começam a falar das suas doenças, das dores nas cruzes, a entre-ajuda para que nenhum caia quando o autocarro faz curvas ou travagens, os comentários aos percursos dos autocarros (e eles sabem minuciosamente para onde vai o 53...o 746..o 16...). Depois aparece um maluquinho, vesgo e desdentado a dar passou-bens a toda a gente que encontra pela frente, ao mesmo tempo que deseja um optimo dia a todos, saúde e felicidades. As meninas são presenteadas com poemas, e eu presenteada fui por um poema e uma palmadinha na cara (assim ao jeito de padre...). Por fim, no meio de tanta animação, ainda há o que se passa lá fora... o transito caótico por causa da chuva, a senhora que fica com o chapeu de chuva virado do avesso e leva com água atirada por uma roda de um carro, a frase escrita numa parede branca O ar condicionado mata as pessoas! Merda.
Por fim lá cheguei ao meu destino, saí daquele circo... para entrar noutro. A busca da rua certa... apenas digo que andei uns bons 20 minutos às voltas, à chuva... fui dar uma volta desnecessário porque estava mesmo em frente à rua quando desci do autocarro... mas não, decidi ir fazer turismo...

6 comments:

MCF said...

Vê a coisa pela positiva (embora ache que nem viste pela negativa) só essa viagenzita deu-te um post de metro e meio ;)

Agora quero saber ao pormenor a história da medicina no trabalho (eu também já fui a uma dessas consultas, são um mimo. A parte positiva é que agora sempre que preciso de declarações médicas é só mandar um mail...).

mvs said...

Epa, vocês têm mais sorte que eu... dessa consulta, eu saí com uma ordem para tomar a vacina do tétano, que está em falta...

Ana said...

Ah pois é! Mas não sabendo eu do meu boletim de vacinas a senhora da bata branca não teve como confirmar se a dita do tétano estava em dia... fiou-se na minha palavra (que por acaso acho que é palavra de palavra;p)... mas agora tenho que ir confirmar isso...

A consulta foi literalmente a chamada visita de médico: auscultar e medir tensão, umas tantas perguntas basicas como fumas? fazes exercicio? quanto medes? quanto pesas? ... acho que ela teve medo de examinar muito mais, não fosse descobrir que eu não estaria apta para o trabalho...

Marta said...

Eu sei bem como e é andar de autocarro...lol...umas vezes a viagem é muito agradável mas outras...é melhor nem comentar.

MCF said...

Para as meninas que gozam com a vacina do tétano:
A vacina do tétano tem que ser 'renovada' a cada 10 anos. É chata, dá dores no braço (ou no local onde se leva a 'pica'), má disposição e até febre. No entanto, para as pessoas que deixam passar o prazo espera-lhes uma surpresa bem pior. Se tiverem um pequeno acidente onde algum médico ache que possa 'andar escondido o tétano' levam uma outra 'pica', com uma agulha bem maior na barriga. Dói horrores na hora e na semana seguinte, dá mais febre e má disposição...
Um conselho de amiga: vão lá regularizar essa situação antes que...

Ana said...

Tu não agoires! Acho que dei à menos de 10 anos...