Este fim de semana andei em arrumações pelo quarto...é incrivel como se acumula tanta coisa inútil em tão curto espaço de tempo...e em tão curto espaço físico. No meio dessas inutilidades (chapeuzinhos de papel, daqueles que vêm espetados nas imponentes taças de gelado com toneladas de chantily, revistas abertas na página daquele artigo que tinha a intenção de ler, talões da ATM, um caderninho com as sms que recebia...) encontrei alguns papeis meio amachucados, com coisas que me dava para escrever (ia em papel, porque não havia cá estas modernices dos blogs)... descobri que há uns anos gravei isto num pedacinho de papel reciclado:
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Estou numa nuvem, no meio de uma nuvem de fumo que me envolve num forte cheiro a erva. É a liberdade de estar num circulo de amigos, a conviver e a partilhar uma ganza...mas que liberdade é esta? Estamos emaranhados numa nuvem que nos queima lentamente, muito lentamente. Estamos presos a algo que nos dá prazer, nos descontrai...e nos destroi. É no meio desta nuvem que encontro alguém...
Acende-se uma fogueira, olha-se para as estrelas, dão-se as mãos, juntam-se os lábios...parece perfeito...mas a perfeição não existe, e o amor não é assim tão fácil.
O que falta então? Não sei...e por isso deixo-me viver na ilusão de que este é o ambiente perfeito, aquele toque de lábios é amor, e que basta um beijo para tudo estar bem...
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Hoje acho que não escrevia isto...venha a erva!!! Quando se começa a trabalhar, passa a dar-se mais importância a estes momentos de pura descontração, longe das responsabilidades que acarreta um dia de trabalho.
No meio de papeis e mais papeis, encontrei também as belas das frases marotas que se enviavam por sms, tipo queres partilhar cmg algo ardente, que nos vai levar para a cama, fazer-nos suar arder e até delirar...que tal uma gripe?. Agora há muito melhor, ele são toques polifónicos crazy frog, ele são insultos (a tua mãe é tão feia, que quando vai ao banco as câmeras desligam-se), ele são poemas badalhocos, eles são envia virgem e recebe uma mamalhuda no teu tlm...é a era do 3939!!
Para acrescer a esta lista de pedaços de papel, que no fundo são retratos escritos de uma época, encontrei cartas de amor...(quem as não tem!)...pois é, apesar desta tenra idade (que cada vez vai sendo menos tenra) ainda tive o privilegio de receber cartas lamechas. E foi assim parte do fim de semana...digno de um sarcófago radjio cidadji!!!
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