Desconhecido
Não entendo como se pode sentir empatia por um desconhecido. Alguém que, apesar de veres constantemente, quase todos os dias, na faculdade ou no autocarro, não conheces. E se um dia não o encontras, parece que falta algo no teu dia.
Algumas noites até podes esbarrar com ele em teus sonhos, ou encontrá-lo naqueles minutos em que a tua imaginação viaja por outros mundos, que não o real.
No trânsito, parada no meio de tanta gente alheada, stressada, desesperada, ouves uma música, olhas no vago, e quando dás por ti já estás embrenhada no olhar daquele que por algum motivo te chamou a atenção. Ou pelo brilho, ou por uma atitude, por uma imagem, um desenho, ou algo que transcende qualquer explicação racional. Não estou a falar de desejo ou atracção. É uma vontade de conhecer, mas ao mesmo tempo o medo de quebrar algo mágico. É um confronto de sentimentos. Mas ao mesmo tempo é uma paz interior, trazida pelo brilho de um olhar, ou um toque de passagem.
Fica sobretudo a esperança de não deixar fugir o contacto com esse desconhecido, que te transmite alguma energia positiva. Não tens o dever de lhe dar nada, mas tens vontade de lhe dar muito, sem esperar nada em troca...nada mais para além de um olhar e um sorriso...
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3 years ago
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